4 de maio de 2012

Desenvolvimento Urbanístico de Oriente




Oriente é uma cidade com uma história muito particular, uma história marcada por sucessos e insucessos que geraram uma comunidade simples e acolhedora.

A construção da linha ferroviária que corta o estado ao meio na horizontal saindo da capital até Panorama era desde o início do século XX  um projeto visionário que escoaria a toda produção agrícola até o porto de Santos porém os efeitos da crise de 1929 e a chegada de imigrantes europeus na década de 40 moldaram o perfil do projeto, iam se criando acampamentos no percurso da ferrovia, estes acampamentos iam tornando-se comunidades rurais que mais tarde se tornariam os municípios. Sendo assim, o desenvolvimento urbanístico de Oriente iniciou-se na comunidade rural onde as casas feitas de blocos artesanais (anteriormente usadas para abrigar os construtores da ferrovia) ainda permanecem ali.

Durante muito tempo, o pequeno vilarejo liderado por Carlos Vendramini concentrou-se na produção de café e suas casas eram simples e na sua maioria de sapê até a chegada de Max Wirth, fazendeiro suíço que trouxe novas técnicas para a região. A igreja local foi construída com a soma de recursos dos dois e tem sua arquitetura predominantemente barroca e com alguns traços retos (inicio da tendência moderna vinda da Europa).

O marco da urbanização de Oriente se dá com a criação da Usina Açucareira Paredão, o grande número de empregados e a ativação da economia proporcionaram a existência de um comércio forte e grandes construções como, por exemplo, o Lar Escola Maria Tereza de Jesus (orfanato feminino), Escola Aparecida Lopes Ramos (construção de dois andares que comporta até hoje, em sua planta quase original, a demanda de alunos da educação infantil e a cozinha piloto do município), Oriente Tênis Clube onde funcionava o antigo cinema (clube recreativo atualmente desativado com piscina olímpica e salão de festas), Antiga Prefeitura (também de dois andares onde hoje abriga a Biblioteca Municipal e comércios) além das monumentais construções das instalações da usina e seus moinhos (de mais de onze andares); tudo datado da década de 50 em diante.

A crise inflacionária do plano Collor, o insucesso do programa ProAlcool, dificuldades na administração, as seguidas crises nacionais, as mudanças de moeda, a desvalorização da cana-de-açúcar e seus derivados entre outros fatores desencadearam o fechamento da usina açucareira no final da década de 80.

O desemprego decorrente levou para outras cidades cerca de 40% da então população, durante uma década praticamente nada se realizou na cidade até que a nova realidade financeira brasileira (junto com o aumento da criação pecuária e desenvolvimento metalúrgico da região) trouxe de volta o desenvolvimento urbanístico da cidade, desde então, cinco novos bairros foram criados e a valorização imobiliária nunca foi tão alta (chegando a dobrar o valor dos terrenos e imóveis nos últimos dez anos). A população voltou a crescer e as políticas governamentais de incentivo à construção civil deram uma “nova cara” aos novos bairros com casas de arquitetura contemporânea e novos comércios, este movimento desencadeou a reformulação também das fachadas dos comércios mais antigos (cerca de dois em cada três comerciantes ampliaram e/ou reformaram seus estabelecimentos).

Atualmente Oriente é assim, uma mistura do tradicionalismo dos bons tempos da usina com suas construções que atravessaram as décadas, as ruas de paralelepípedo (tombadas como patrimônio municipal), o bom e velho sossego de sempre  junto às novas tendências de um mundo cada vez mais frenético com o aumento desproporcional de sua frota convivendo com desenvolvimento; uma cidade que ainda se orgulha do baixíssimo índice de violência e o convívio próximo dos seus moradores que origina um bairrismo simpático e subliminar. Por entre as janelas (antigas de madeira ou modernas de blindex) e as venezianas ainda se ouve o canto dos pássaros entre o barulho dos carros, uma cidade que aprende (a cada dia) com o passado e com o futuro, um lugar onde se convive e se orgulha da tradição mas que também anseia pelo desenvolvimento.


www.orientesp.com.br
"Aqui você se Orienta"

Por: Sérgio C. S. Jr. e João Emílio Galindo



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